Notícias

Brasil despenca 8 posições em ranking climático 541eb

Queda foi a maior do G20 e se deveu a retrocessos na política ambiental, mostra relatório lançado na COP26

Observatório do Clima ·
10 de novembro de 2021 · 4 anos atrás
  • Publicado originalmente por Observatório do Clima c5m1y

Brasil caiu da 25ª para 33ª posição no ranking. Foto: MMA

DO OC – As políticas climáticas do Brasil ficaram em terceiro lugar num ranking de 61 países lançado nesta terça-feira (9) na COP26, em Glasgow. Terceiro lugar de baixo para cima, bem-entendido: foi por conta dos retrocessos nessa área que o país despencou oito posições no CI (Climate Change Performance Index) publicado anualmente por um consórcio de ONGs.

O índice avalia o desempenho climático das nações que respondem por 90% das emissões de gases de efeito estufa do planeta. Para isso, mais de 400 especialistas dos países pesquisados são consultados pela Germanwatch, pelo New Climate Institute e pela Climate Action Network, uma rede de mais de 1.500 organizações.

O progresso (ou falta dele) dos países é medido anualmente de acordo com quatro critérios: emissões de gases de efeito estufa, uso de energia, energias renováveis e políticas públicas para o clima.

Nenhum país pontuou o suficiente no índice para estar nos três primeiros lugares. Em quarto vem a Dinamarca, que reduziu emissões, propôs uma meta de redução de 70% até 2030 e acelera a substituição de carvão por energias renováveis. Em último ficou o Cazaquistão, que subsidia pesadamente carvão mineral e tem altas emissões no setor de transporte.

O Brasil está na 33a colocação, último entre os países de pontuação “média” no CI. “Como olhamos para tendências adas, [o ranking] é benéfico para o Brasil, mas por razões históricas”, disse Nicholas Hühne, do New Climate Institute. Isso se deve à grande quantidade de renováveis, principalmente hidrelétricas, na matriz elétrica brasileira. “Mas as emissões ainda são altas e a política climática é muito, muito ruim”, prosseguiu. Jan Burck, da Germanwatch, disse que esperava que o país retrocedesse ainda mais no ano que vem.

O índice foi fechado antes de o Observatório do Clima publicar os dados de emissões de gases de efeito estufa do Brasil, que mostraram um aumento de 9,5% em 2020, enquanto o mundo inteiro registrou uma queda de quase 7% devido à pandemia.

Por conta dos retrocessos impostos na política de clima pelo regime de Jair Bolsonaro, o Brasil caiu oito lugares, da 25a posição, que ocupava no ano ado. Foi o maior recuo dentre os países do G20 e um dos maiores do ranking deste ano. No quesito políticas públicas, o Brasil só fica à frente da Austrália (maior exportadora de carvão do mundo, governada por negacionistas) e do Cazaquistão. Wawaweewa!

“O Brasil anunciou uma meta de longo prazo de atingir emissão líquida zero em 2050, mas não há políticas concretas para implementar o que é necessário para esse fim”, afirma o relatório. “Instituições que desempenham um papel-chave na política ambiental sofreram ataques e cortes de recursos do governo federal (…) Assuntos cruciais como reduzir emissões de combustíveis fósseis, uso da terra e precificação de carbono não têm políticas correspondentes claras, com as emissões per capita e a meta de 2030 consequentemente em desalinho com uma trajetória de menos de 2°C.”

  • Observatório do Clima 6w6412

    O Observatório do Clima é uma coalizão de organizações da sociedade civil brasileira criada para discutir mudanças climáticas

Leia também 1b437

Notícias
31 de outubro de 2021

Boletim: Como o Brasil chega à COP 26? x1q64

País aumentou suas emissões em plena pandemia e apresentará na COP planos vagos de crescimento verde. Escute a análise do Observatório do Clima sobre o primeiro dia

Notícias
1 de novembro de 2021

Boletim: “Esse anúncio [das metas brasileiras] representa empate com o ado”, diz Márcio Astrini 661y20

Para o Secretário Executivo do Observatório do Clima, o anúncio feito pelo governo brasileiro na COP 26 é retrato de um país que corre para se encontrar com o ado

Notícias
6 de novembro de 2021

Boletim: em meio à hostilização de Txai Suruí por discurso, Brasil recebe antiprêmio na COP 26 216e59

A jovem indígena, que discursou na Cúpula dos Líderes, foi criticada por Bolsonaro e virou alvo de discurso de ódio nas redes. Em entrevista, Txai Suruí fala sobre ameaças e "projeto de morte" do Brasil

Mais de ((o))eco 386al

COP 26 344v62

Notícias

No Brasil, presidente da COP-26 cobra ação do setor privado para que país alcance metas climáticas 2t1a1g

Reportagens

A COP do Clima tem que ser um lugar indígena r4z3p

Colunas

COP 26, fracasso, sucesso e perspectiva da juventude 2ul3

Análises

Grande Reserva Mata Atlântica: um exemplo prático em resposta às demandas da COP 26 54115

mudanças climáticas 4jg2j

Salada Verde

Evento ambiental reúne diferentes vozes na Lapa c2g3s

Salada Verde

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas 41h3s

Podcast

Entrando no Clima #48 – A necessária sinergia entre as COPs em debate 4j5fw

Colunas

ONU reúne 2 mil cientistas para transformar conhecimento em ações políticas para o oceano 3r4r1o

clima 21474p

Salada Verde

Países do BRICS querem US$ 1,3 tri para financiar ações climáticas 3t1c1y

Notícias

Crise climática irá encolher o lar de anfíbios na América Latina 6vv6s

Salada Verde

Presidência da Conferência do Clima anuncia datas da “pré-COP” 5n2g32

Notícias

Mudanças climáticas irão impactar negativamente mais de 90% das espécies brasileiras 5z453o

política ambiental 5n5325

Salada Verde

Evento ambiental reúne diferentes vozes na Lapa c2g3s

Salada Verde

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas 41h3s

Colunas

Cientistas pedem urgência em ações para salvar oceanos 3l2b6v

Salada Verde

Em pronunciamento, Marina Silva sai em defesa do Licenciamento Ambiental 573g3z

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.