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“Óia, tem bicho aí! Escuta só o barulho de metal!”, exclama Fred Gemesiom, nitidamente extasiado com a situação. Ao mesmo tempo, Rogério escuta o ‘bip’ que o sistema de alarme está ativado.
Um parênteses explicativo: para que possamos otimizar o tempo de checagem dos laços, foi instalado um tipo de transmissor ligado por um imperceptível fio ao sistema de disparo do laço. Se acionado, conseguimos escutar via rádio quando o laço está ativado. Nem precisamos dizer que ao longo deste dia tivemos várias expectativas frustradas, quando teiús, urubus e carcarás rondaram o laço disparando esse alarme!
“Os primeiros a entrarem na trilha olham com deslumbramento para nós. Uma enorme onça-pintada está deitada no meio da folhagem!”
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Agora o próximo o é anestesiar a onça, para que ela não se estresse com nossa presença por ali. Enquanto Ronaldo e Selma preparam o dardo anestésico, procuro pelos olhos brilhantes no meio da ramagem, numa tentativa meio ousada de um registro fotográfico. Faço dois cliques da onça me olhando com curiosidade amedrontada, mas tranqüila. Ronaldo entra novamente na trilha, busca o melhor angulo e dá o tiro certeiro (de anestésico, caros leitores!).
Apos alguns minutos e a onça já está sedada. Todos da equipe assumem rapidamente suas funções; Ronaldo e Selma trabalham no monitoramento anestésico e coleta de amostras do animal, enquanto Fred e Rogério se ocupam da biometria (medição das patas, dentes, diâmetro do corpo, cabeça etc) e da colocação do rádio-colar com GPS. Os procedimentos são feitos com muita eficiência para que a segurança da onça esteja acima de tudo.
A última etapa foi da pesagem; 82 kilos de puro músculo, num macho com cerca de seis anos (de acordo com Ronaldo). Fotos da equipe, anestesiados pela felicidade absoluta (apesar das hordas de mosquitos insistindo em participar!) e ficamos até às 4 horas da manhã monitorando a recuperação da onça, com Ronaldo e Selma acompanhando os sinais vitais a cada trinta minutos.
Tudo ocorreu perfeitamente bem, e agora há pouco, às 16 horas, escutamos o sinal de atividade do colar, ou seja, a onça já está novamente caminhando livre pelos campos de Taiamã. E como não poderia faltar um quê de graça, demos o nome de Jairzão à onça, em homenagem ao chefe da Esec de Taiamã, Jair Mattia, há mais de doze anos na labuta de conservar este pedaço de terra no Rio Paraguai.
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