Pesquisadores que estão há décadas debruçados sobre a composição dos poluentes que agravam o efeito estufa divulgaram no final de outubro na revista Science que a emissão de alguns desses gases pode indiretamente afetar a quantidade de outros. E para dois poluentes em específico, essas interações de aerossóis podem amplificar seus impactos. Drew Shindell, cientista do Instituto de Estudos Espaciais Goddard, da NASA, assina o artigo atestando que o metano e o monóxido de carbono têm um impacto mais poderoso no aquecimento do que se imaginava. A equipe de Shindell monitorou sulfatos e nitratos e descobriu que quanto mais metano na baixa atmosfera, há menos sulfatos e mais aquecimento, entre outras interações pesquisadas.
Tradicionalmente, os pesquisadores avaliam o impacto de gases de efeito estufa estudando sua concentração na atmosfera com ajuda de satélites e extrapolam suas medidas para chegar a uma estimativa global. Hoje, os tratados internacionais para tentar controlar as emissões seguem essa metodologia, que, segundo os autores do estudo, subestima as contribuições do metano e do monóxido de carbono. Por isso, eles orientam que o foco das discussões deva deixar de ser o dióxido de carbono e recomenda que as propostas para reduzir o metano devam ser a chave dos novos acordos sobre mudanças climáticas.
Leia também 1b437

Iniciativa quer formar 1000 líderes pelo desmatamento zero no Brasil até 2030 4r6h20
Comandada por André Lima, secretário do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, proposta oferece capacitação e troca de experiências com especialistas →

Coalizão com setores privado e financeiro engrossa coro contra o PL da Devastação 5f2xl
Além de graves danos socioambientais, texto pode trazer mais insegurança jurídica, judicialização e perda de investimentos →

Protected areas along an Amazon highway in sight of land grabbing, deforestation and fire 1c4w5j
Finishing the pavement of BR-319 in Brazil could unleash an environmental destruction capable of irreversibly changing the world's climate →