O Brasil tem uma matriz energética muito diferente do padrão mundial. Esse é um fator importante para determinar a possibilidade de conversão do país sem muitos sacrifícios para uma economia de baixo carbono. Não temos um problema de conversão energética. Nem mesmo um grave problema ambiental associado à geração de eletricidade. É uma vantagem importante, que o governo se esforça para diminuir, primeiro, desacreditando a regulação ambiental, transferindo a culpa de seus erros para o Ibama. Segundo, incentivando fontes fósseis, como carvão mineral, ao invés de desenhar um PROINFA, corrigindo os erros do ado e acelerando o uso de fontes alternativas, como a biomassa e a eólica, de acordo com as características regionais mais propícias. O Nordeste, por exemplo, tem uma óbvia vocação para a energia eólica. As regiões sucro-alcooleiras para a bioenergia gerada a partir do bagaço de cana.
Nosso desafio em relação ao clima tem a ver, fundamentalmente, com o desmatamento e a projeção para o médio e longo prazo da absurda ineficiência energética e do elevado nível de emissões de nosso setor de transportes. Recentemente o Banco Mundial lançou o “The Little Green Data Book”, que permite fazer algumas comparações interessantes e situar o Brasil no cenário de emissões de carbono, em confronto com os países ricos e com os gigantes emergentes, China e Índia. O retrato que sai desses dados revela, ao mesmo tempo, o mal desempenho brasileiro e suas vantagens.
O desafio brasileiro não é ambiental: é de democracia de qualidade; políticas públicas de qualidade; busca de elevação dos padrões de civilização da sociedade. O problema ambiental é reflexo de um quadro de deterioração da governança, prolongada e em persistente elevação.
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