Alguns países já vinham usando a lâmpada mais eficiente há mais tempo. Em meados dos anos 1990, 80% das casas japonesas já eram iluminadas com as lâmpadas fluorescentes e, na Alemanha, 50%. Mais recentemente, os países em desenvolvimento começaram a aumentar o seu consumo, como na China e no Brasil, onde, na época do Apagão, em meados de 2001, os brasileiros aprenderam a controlar seu consumo energético e aram a comprar produtos mais eficientes, como as lâmpadas compactas fluorescentes.
Em diversos países, incentivos do governo contribuíram para aumentar parte das vendas das lâmpadas fluorescentes. Por exemplo, em 2007, a Austrália foi o primeiro país a banir as lâmpadas incandescentes, que devem sair totalmente de mercado em 2009. A União Européia, a Irlanda e o Canadá recentemente anunciaram planos de bani-las também. Os Estados Unidos aumentaram o padrão requerido de eficiência, o que vai acabar eliminando as lâmpadas tradicionais do mercado. Até hoje, mais de 40 países anunciaram planos de encerrar o seu consumo.
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Como se sabe, as lâmpadas fluorescentes são mais eficientes que as tradicionais incandescentes. Utilizando cerca de 75% menos energia, elas produzem menos calor para gerar a mesma quantidade de luz e com uma duração até 10 vezes maior (a lâmpada incandescente dura apenas mil horas, em média). Essa economia de energia não somente se traduz em menores emissões de gases de efeito estufa, como também pode ser sentida no bolso do consumidor. Segundo o estudo, nos Estados Unidos uma única lâmpada fluorescente pode economizar até US$ 30 durante a sua vida útil.
Barreiras
Infelizmente, no entanto, nem tudo são flores. As lâmpadas florescentes podem até contribuir para reduzir a demanda de energia, mas as que estão disponíveis no mercado ainda são menos potentes que as tradicionais incandescentes.
Mais de 16 modelos aram por rigorosos testes na Alemanha e levaram à conclusão de que as lâmpadas fluorescentes não oferecem a intensidade de luz que deveriam para ser equiparadas às incandescentes. Além disso, observou-se que a sua vida útil não é tão longa, quanto anunciado pelos fabricantes.
E as lâmpadas fluorescentes, ainda, apresentam outros problemas, incluindo o controle de qualidade nas fábricas nos países em desenvolvimento e o seu conteúdo de cerca de 4 miligramas de mercúrio, um perigoso elemento químico prejudicial à saúde. Embora esse valor seja inferior à quantidade encontrada em termômetros velhos, se a lâmpada quebrar, deve ser tratada com cuidado.
No Brasil
As lâmpadas fluorescentes devem, de preferência, ser descartadas separadamente e destinadas para reciclagem, evitando seu deposito em aterros e, principalmente, em lixões. Para evitar que a lâmpada seja quebrada deixando escapar o seu conteúdo para o meio ambiente, o ideal é enrolá-la em jornal, papelão ou plástico bolha e encaminhá-la para empresas especializadas que fazem a coleta voluntária, como lojas de materiais de construção. Como infelizmente o Brasil ainda não tem uma legislação especifica para o descarte das lâmpadas, o Poder Público transfere para a população a responsabilidade do descarte adequado, fazendo com que na maioria das vezes não seja fácil encontrar um ponto de coleta próximo da sua residência. No Brasil, menos de dez empresas fazem a descontaminação para reciclagem da lâmpada fluorescente, atendendo a apenas 10% do total das lâmpadas consumidas.
De nada adianta pouparmos energia apenas no consumo se não temos a garantia da destinação final adequada do produto pós-consumo. Acaba sendo preciso um gasto de energia extra para remediar os problemas ambientais causados pelo manejo inadequado desses resíduos, reduzindo ou talvez até anulando o benefício energético conseguido com a sua utilização.
No Brasil, ainda é preciso iluminar a cabeça do Poder Público para aprovação da lei que instituirá a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que já tramita há anos, para incentivar o manejo adequado desses e de outros resíduos no país.
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