Colunas

Instituto Chico Mendes se perde nas Veredas 3ru2e

Brasil está em campanha para se livrar das leis que protegem últimas relíquias de sua exuberância natural, agora que a crise abre olhos de outros povos para o custo da imprudência.

25 de março de 2009 · 16 anos atrás
  • Marcos Sá Corrêa 1z28g

    Jornalista e fotógrafo. Formou-se em História e escreve na revista Piauí e no jornal O Estado de S. Paulo. Foi editor de Veja...

Sem freio nem motorista, desembestado na contramão, numa hora em que a crise abre os olhos de outros povos para o custo da imprudência, o Brasil está em campanha para se livrar das leis que protegem as últimas relíquias de sua exuberância natural.

Há um anúncio na TV dizendo que “o país vai parar” se elas não mudarem. Mas a publicidade é o de menos. Santa Catarina disparou na frente e, concretamente, vota até o fim do mês na Assembléia Legislativa o projeto 0238, que desfigura o Código Ambiental do estado a ponto do instituir a licença automática de obras não embargadas com a pressa exigida pelos investidores e reduz de 30 para 5 metros a barreira de matas ciliares nos cursos d’água.

A desculpa dos políticos catarinenses é alforriar, com o projeto,  cerca de 167 mil pequenos agricultores, espremidos pelas faixas de proteção permanente em propriedades de 50 hectares – como se elas, em troca, não lhes devolvessem em água o que tiram em terra. Mas, na prática, o novo código atende antes de mais nada “os grandes”, avisa o promotor Luís Eduardo Souto, em artigo publicado no site da Apremavi, uma ONG da serra catarinense.

Os “grandes”, Souto esclarece, são 1,9% de latifundiários que dominam 32,52% da área cultivada no estado. O “agricultor familiar”, que lhes serve de argumento e pretexto, já conta com a “autorização legal” do código vigente “para utilizar economicamente as áreas de preservação permanente, desde que o faça mediante um sistema de manejo agroflorestal sustentável”.

Mas isso não faz diferença, Mente-se tanto, no Brasil, em favor dos pobres, que dez projetos federais, inspirados em outras variações regionais da mitomania populista, disputam neste momento, em Brasília, a honra de amputar 9.5 milhões de hectares de parques nacionais e outros tipos de reserva. Somados pelo repórter Aldem Bourscheit, dos confins da Amazônia às fronteiras do Rio Grande do Sul, eles dariam para cobrir um estado do tamanho de Santa Catarina. 

Só o deputado Asdrúbal Bentes, do alto de sua inexperiência legislativa, quer acabar com 6,5 milhões de hectares em florestas nacionais e parques, decretados no Pará em 2006. Isso faria de Bentes o maior deputado do Brasil em metros quadrados. Mas o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello, alega que os projetos dos parlamentares são fracos, rabiscados “sem informação técnica detalhada”.

Seria plausível se Mello se dedicasse a desmontá-los. Mas não foi isso que fez fez, no domingo ado, falando em programa de TV sobre o parque nacional Grande Sertão Veredas. Como encarregado oficial de zelar pelas unidades de conservação do governo federal, ele pôr no ar dúvidas estranhas sobre a legitimidade do processo que resultou no Grande Sertão-Veredas, estabelecido num lugar “onde tem gente”. E ainda aproveitou as câmeras para propor a revisão do Código Florestal Brasileiro.

Com defensores como Mello, o Ministério do Meio Ambiente não precisa de opositores. Falta-lhe até a tal da “informação técnica detalhada”. Mello, pelo visto, ignora que o Grande Sertão Veredas surgiu de um processo exemplar, inclusive ao remover, indenizar e reassentar posseiros e pequenos proprietários. Leva a de Maria Tereza Pádua, a funcionária pública que,em outros tempos, instituiu quase tantos hectares de hectares de áreas protegidas quanto os milhões que as autoridades agora pretendem suprimir.

Leia também 1b437

Salada Verde
9 de junho de 2025

Senadores acumulam pedidos de cassação por ofensas à ministra Marina Silva 1y606y

Há quatro representações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra condutas dos parlamentares da Amazônia

Salada Verde
6 de junho de 2025

Em pronunciamento, Marina Silva sai em defesa do Licenciamento Ambiental 573g3z

“Não podemos permitir que, em nome da agilização das licenças ambientais, seja desferido um golpe mortal em nossa legislação”, discursou a ministra. Leia o discurso na íntegra

Análises
6 de junho de 2025

Governo do RS ignora perda anual de vegetação campestre para comemorar a ilusão do Pampa conservado 485b4o

Relatório que apontou queda no desmatamento do bioma ite limitação para avaliar campos, mas Governo do Estado vangloria-se de um suposto sucesso da sua política ambiental

Mais de ((o))eco 386al

instituto chico mendes 4o46k

Salada Verde

Protesto contra mudanças na gestão 1g14x

Salada Verde

Serviço Florestal vai gerir reservas 3wk1g

Reportagens

ICMBio promete mais conservação marinha q4b66

Reportagens

Manifesto acusa ICMBio de descaso 4t4517

política ambiental 5n5325

Salada Verde

Em pronunciamento, Marina Silva sai em defesa do Licenciamento Ambiental 573g3z

Análises

Governo do RS ignora perda anual de vegetação campestre para comemorar a ilusão do Pampa conservado 485b4o

Colunas

ONU reúne 2 mil cientistas para transformar conhecimento em ações políticas para o oceano 3r4r1o

Notícias

Ibama vai receber R$ 825,7 milhões do Fundo Amazônia para combate ao desmatamento 43636l

Ar Livre 503524

Notícias

O feitiço de Marrocos 6b6qw

Notícias

Morte em Yosemite 255f6x

Notícias

Calçado ideal q325u

Notícias

Cicloturismo 2u6z3

icmbio u5v14

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Notícias

Conheça os oito parques nacionais mais visitados em 2024 4h2g22

Reportagens

Superlotação de animais e más condições geram nova crise no Cetas-RJ 245z1d

Salada Verde

Enquete mantém alta rejeição a rebaixamento da Serra do Itajaí de parque para floresta nacional 1a2x3r

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.