Colunas

Beija-flor, o cupido da Amazônia Boliviana 17e1z

Um ensaio fotográfico sobre o nascimento de dois beija-flores-dourados, um dos polinizadores mais importantes da floresta amazônica.

25 de janeiro de 2013 · 12 anos atrás
  • Eduardo Franco Berton 1a5q10

    Assessor jurídico da Natura Bolívia, organização apoiada pela Fundação Avina, com atuação na Amazônia e membro da Aliança Reg...

“Conta uma lenda dos guaranis na Amazônia que os homens quando morriam deixavam seu corpo na terra; mas sua alma, quando se desprendia dele, se escondia numa flor. Por isso os beija-flores ─ que eles chamam Mainumbi ─ vão voando de flor em flor, buscando recolher almas para leva-las até o paraíso”.

Este é um dos vários mitos que tem acompanhado por gerações a existência destas pequenas e belas aves. E não é para menos: o nobre e importantíssimo serviço que elas realizam na polinização de milhares de flores, de uma diversidade de plantas (entre 500 e 3 mil, diariamente), ajuda na reprodução e regeneração natural da floresta, mantendo a saúde do majestoso bioma amazônico, garantindo a diversidade genética do bosque.

A serenidade de uma mãe beija-flor. A ave mais inquieta de todas agora pousa tranquilamente, cuidando de sua valiosa descendência. Serão necessários entre 14 e 21 dias e uma temperatura constante de 35.6°C para os ovos serem chocados.

Foto: Eduardo Franco Berton

São quase 384 espécies, a maioria delas habitantes da Amazônia. Apesar da beleza natural, o que mais chama atenção nos beija-flores é seu surpreendente voo, já que são os únicos pássaros que podem voar para trás. Fazem a manobra após terminarem de se alimentar, e se mantém suspensos no ar enquanto coletam néctar das flores. Eles são capazes de fazer um curioso e veloz voo ziguezagueando ao redor da fêmea como parte do cortejo antes do acasalamento, uma espécie de ‘baile da conquista’ muito peculiar. Este jeito de voar faz que consumam uma grande quantidade de calorias, já que eles têm que bater as pequenas asas até 70 vezes por segundo para conseguir esta incrível façanha.

Este veloz bater de asas produz um zumbido característico dos beija-flores, algo semelhante ao ruído de uma abelha, que não é mais do que o som do movimento de suas asas, que lhes permite atingir velocidades entre 40 e 80 km/h. Isto faz que seus corações cheguem a bater entre 500 e 600 vezes por minuto, chegando até 1.260 batidas, quando estão em disputa com outros beija-flores.

Com tudo isso, o metabolismo destas aves é bastante acelerado, e aí está a importância e a necessidade do néctar de flores em sua alimentação: porque fornecem a energia para resistir a estes voos fantásticos. A dieta é complementada com insetos, principal fonte de proteínas.

O nascimento de dois beija-flores

Pela primeira vez, logrei observar e retratar um exemplar de beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura) no ninho. A ave chocou os ovos com o calor de suas asas verde-amarelas. Entre 15 e 21 dias, os ovos se tornariam um par de pequenos e delicados ‘cupidos’ que ariam o resto de seus dias (três ou quatro anos) voando e beijando quantas flores encontrassem em seu caminho, tornando-se uma parte essencial do ciclo natural.

*Com a colaboração de Carlos Durán Guachalla

 

Leia também 1b437

Notícias
29 de maio de 2025

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WR 1p3pn

Incêndios catastróficos impulsionam o fenômeno. Total perdido atinge 6,7 milhões de hectares, quase o dobro de 2023 e uma área próxima ao território do Panamá

Reportagens
29 de maio de 2025

Ribeirinhos e MPF querem cancelar licença para remover rochas em rio da Amazônia pb6y

Ibama autorizou implosão do Pedral do Lourenço, no Pará, obra que viabiliza a hidrovia Tocantins-Araguaia, nesta segunda-feira (26)

Salada Verde
29 de maio de 2025

Podcast investiga o que restou de Porto Alegre um ano após a enchente de 2024 6b493i

Com cinco episódios, a série documental traz reflexões sobre colapso, memória e reconstrução a partir da tragédia no Rio Grande do Sul

Mais de ((o))eco 386al

aves 422y45

Notícias

A alta diversidade de aves em Bertioga, no litoral de SP 54d1h

Salada Verde

Plataforma aborda tráfico de animais em três países 3e5d9

Reportagens

O atobá quarentão que uniu gerações de pesquisadores 133o15

Salada Verde

As incríveis revoadas de guarás no litoral paranaense 5s6h6k

amazônia bolívia 4f3v49

Notícias

Garimpeiros invadem parque na Amazônia boliviana 4p3x2q

Notícias

Mudança na lei ameaça importante área da Amazônia Boliviana 5oe4w

Notícias

InfoAmazonia: Barragens do rio Madeira – Impactos 2: Inundação na Bolívia 35252u

Notícias

InfoAmazonia: Universidade boliviana pede arbitragem internacional sobre represas brasileiras 3p3m3l

fauna 4o414o

Notícias

Estudo aponta multiplicação preocupante do peixe-leão no litoral brasileiro 2y2a21

Colunas

Cientistas negras viram a Maré: protagonismo e resistência na ecologia, evolução e ciências marinhas 6m1s35

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Notícias

A alta diversidade de aves em Bertioga, no litoral de SP 54d1h

español 535w6t

Colunas

Meus amigos ambientalistas que se foram na última década 5d4924

Análises

Dez coisas que você deveria saber sobre barragens 3a4x4z

Reportagens

Ambições hidrelétricas do Peru têm Brasil como parceiro 6f5j44

Reportagens

Urucu queima gás no meio da Amazônia 65575q

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.