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No ano ado, durante o Adventure Travel World Summit em São Paulo, conhecemos o italiano Fabrizio Ghilardi, apaixonado por um canto remoto e pouco conhecido da Argentina ocidental: La puna.
De tudo o que conversamos, uma frase nos convenceu de que, sem falta, o lugar seria nosso destino no final do ano. “É muito mais bonito e interessante que San Pedro de Atacama (Chile), com outra grande vantagem: não é um circo. Pouquíssimas pessoas se aventuram a Antofagasta de La Sierra.”
Foi a isca que nos pegou. Conhecemos San Pedro há 12 anos. Ao voltar, alguns anos mais tarde, ficamos assustados com a transformação da aldeia andina sem frescuras em um resort congestionado. Um pouco como Búzios: outrora uma charmosa aldeia de pescadores, hoje uma bagunça.
Fabrizio, casado com uma arquiteta argentina, mora em Salta, ao norte do país. Foi ali que começamos nossa expedição pela puna, com um casal de amigos e sua filha, também de Brasília, em dois 4×4 alugados. Estávamos devidamente “armados” com todas as dicas e recomendações que Fabrizio nos deu, mas seu entusiasmo não conseguiu nos preparar para a beleza estonteante daquele altiplano solitário.
Um imenso platô a aproximadamente 4.000 metros de altitude, pipocado por mais de 200 vulcões. Uma paleta de artista, com a mais exótica combinação de cores. Um céu infinito, azul. Pequenas comunidades – às vezes, apenas meia dúzia de casas – que conseguem sobreviver com tão pouco.
E as cores! Quanta variedade de cores em um deserto! Que luz, que imensidade de céu. Paramos frequentemente para descer dos carros, respirar o ar puro das montanhas (mesmo com pouco oxigênio) e nos embevecer com o visual. Eu curti especialmente o prazer de me sentir pequena e insignificante dentro das paisagens infinitas, incomensuráveis. Privilegiada de estar em um lugar inóspito e indomável, a vida selvagem cada vez mais rara, onde o homem ainda teve pouco impacto.
*Margi Moss é aventureira e fotógrafa. Ao lado de Gérard Moss,participa do projeto Brasil das Águas que retratou do ar água dos principais rios brasileiros, e mais recentemente, do transporte de umidade da Amazônia até o resto do país pelos rios voadores. Veja mais no Brasil das Águas , Rios Voadores e Mundo Moss
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