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Na estação de lixo em Massachusetts, bacana dispõe do próprio lixo e6x4b

Na Nova Inglaterra, caminhão de lixo não recolhe resíduos em ruas privadas. Os moradores fazem o serviço e separam os recicláveis.

Eduardo Pegurier ·
8 de fevereiro de 2013 · 12 anos atrás
Daniela Caride, moradora de Lincoln, leva ela mesmo os seus recicláveis e o lixo comum para a estação de transferência. Fotos: Eduardo Pegurier.

Na paisagem de casa de boneca da Nova Inglaterra, cheia de casinhas e casonas de madeira, cada uma de uma cor, lagos e bosques idílicos, chegamos a Lincoln Transfer Station, onde os habitantes dispõem do próprio lixo.

Estamos na cidade de Lincoln, Massachussetts, de 6,3 mil habitantes. Trata-se de uma cidade de renda alta, mas que também abriga pequenas fazendas, em geral, dedicadas a produção de orgânicos.

As residências mais luxuosas costumam ter uma rua privada que as mantêm longe do barulho da rua. O caminhão de lixo comum e outro de recicláveis recolhe os resíduos das pessoas que moram em vias públicas. Mas nessas ruas privadas, ele não a. Então, os bacanas têm que dispor do próprio lixo ou contratar uma empresa que faça isso. Boa parte, prefere faz eles mesmos a tarefa.

Parece um castigo, mas há maiores dificuldades. Como mostram as fotos abaixo, você estaciona confortavelmente na estação de transferência de lixo. Você deve trazer os resíduos recicláveis separados pelas categorias papelão, misturado (chamado de “commingled” e inclui metal, plático duro e tetrapak) e vidro. Há também o lixo comum.

Na entrada da estação, vê-se um belo gramado à direita. A presença de tubos espetados nessa área é o único indício de que se trata de um aterro sanitário foi encerrado. Os tubos permitem sair o metano do lixo enterrado. Fora isso, é uma área verde que não chama atenção. Aliás, há um parque perto de Boston que é um aterro sanitário encerrado. Esse tipo de terreno pode virar até campo de golfe, só não aceita construções pesadas e com fundações profundas.

No estacionamento, de carros luxuosos, saem os motoristas e retiram da mala as caixas com o lixo separado por tipo. Tudo simples, barato e fácil de replicar em qualquer lugar do mundo. A questão aqui não é tecnologia nem grandes investimento, mas sim organização e civilidade.

Em frente aos containers decada tipo de lixo reciclável há uma placa com a explicação de como ele será reutilizado. A placa sobre a reciclagem de papelão explica como era voltará a ser usado para fabricar capas de livro, tabuleiros de jogos e caixas de papelão. Detalhe: há sempre duas placas, uma na altura de adulto e outra na altura boa para crianças também aprenderem.

Nessa estação de lixo, há também uma área para deixar e pegar objetos usados. Uma TV velha? Você pode doá-la ali. Vi cadeiras, eletrodomésticos, uma bicicleta de criança novinha (veja fotos) e vários tipos de quinquilharia. Qualquer um pode deixar seus usados e qualquer pode pegar sem cerimônias os itens que são deixados nesse local.

Em cima da porta da casinha do “Give and take” (Dê e pegue) uma placa diz: “O estado de Massachusetts proíbe jogar fora recicláveis”. Fica todo mundo avisado que, goste-se ou não, é melhor reciclar. Na saída, mais um aviso: “Cada tonelada de lixo reciclado poupa à cidade 140 dólares”.

 

 

  • Eduardo Pegurier 38455o

    Mestre em Economia, é professor da PUC-Rio e conselheiro de ((o))eco. Faz fé que podemos ser prósperos, justos e proteger a biodiversidade.

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