Pelo menos dois agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, município produtor de mel do interior de São Paulo. A suspeita foi confirmada ontem pela Prefeitura, após resultado de um laudo feito a pedido do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município.
Em dezembro, após a mortandade das abelhas, apicultores fizeram boletim de ocorrência para conseguir entrar na Justiça atrás de indenização. A prefeitura encomendou um laudo para o laboratório Centerlab, que fica em Araraquara, para examinar os insetos mortos.
Os laudos divulgados ontem (18) apontaram a presença de Glifosato e Clorpirifós, o primeiro herbicida e o segundo insenticida, usados no controle de ervas daninhas e de pragas em lavouras. Centenas de colméias foram perdidas na região. Os dois agrotóxicos são permitidos no país.
Mortes de abelhas
Em 2012, o Ibama começou a reavalição de 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, proibindo a pulverização aérea. Porém, após sofrer pressão dos setores rurais que reclamaram da falta de tempo para adequação às novas regras, o Ibama e o Ministério da Agricultura flexibilizaram a norma, criando regras especiais para as culturas de soja, trigo, arroz, algodão e cana-de-açúcar.
A redução de abelhas em escala mundial é um dos principais problemas ambientais do século, já que afeta diretamente a produção dos alimentos. São as abelhas as responsáveis por pelo menos 73% da polinização das plantas, de acordo com estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004.
A utilização indiscriminada de agrotóxico tem sido apontadas pelos cientistas como provável causa da chamada Desordem de Colapso da Colônia (em inglês, de Colony Collapse Disorder – CCD), quando as abelhas não conseguem voltar para as colmeias e simplesmente desaparecem no caminho.
Em grande parte dos países, como a União Europeia e Estados Unidos, a solução encontrada pelos governos foi restringir o uso de substâncias apontadas como nocivas às abelhas. No Brasil, a proibição de pulverização aérea das 4 substâncias voltou a valer esse ano. A exceção é a cultura do algodão, que poderá aplicar os venenos até julho de 2014.
*editado às 12h do dia 21/02
Leia Também
Governo flexibiliza uso de agrotóxicos nocivos a abelhas
Ibama estuda proibir agrotóxicos nocivos às abelhas
Cabeceiras ameaçadas
Leia também 1b437

Two Brazilian monkeys among the world’s most endangered 6b6346
The newly published list of the 25 most endangered primates in the world raises alarms about the critically threatened status of the Pied Tamarin and the Caatinga Titi Monkey from Brazil →

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u
Ministra do Meio Ambiente Marina Silva deixa sessão da Comissão de Infraestrutura após discussão ríspida com parlamentares →

Ajustes em trilha podem melhorar sua função de corredor ecológico no Cerrado 4k6c5j
Desenho estratégico de 'rodovias verdes' colabora ainda mais para conservar espécies animais e de plantas, mostra estudo →
O problema no Brasil está em uma
bactéria chamada densidade demográfica!
Se em 1970 éramos 100 milhões, é claro que hoje com 220 milhões temos que ter mais que o dobro da área desmatada, mais que o dobro da área. Construída e mais que o dobro da área poluída.
Porque ninguém fala em desaceleração do crescimento??