“Mudanças nos oceanos polares têm ramificações globais e uma influência significativa sobre o clima e as condições de tempo”, diz Lars Boehme, professor da Universidade de Saint Andrews, na Escócia. Ele é um dos pesquisadores envolvidos na coleta de dados através de sensores acoplados a focas, exploradoras contumazes das águas mais frias do planeta. Em mergulhos que podem atingir até 1.800 metros de profundidade, os animais geram dados sobre salinidade e temperatura das águas.
Esse esforço de pesquisa começou em 2004 e o seu resultado até agora é um banco de dados com 400 mil observações, um dos maiores do mundo. “A informação enviada a nós [via satélite] fornece detalhes do ambiente próximo a cada foca. É como se fosse um tweet”, diz Boehme.
O projeto se chama Marine MammalsExploringthe Oceans Pole-to-pole (MEOP), em tradução livre, “Mamíferos marinhos explorando os oceanos de pólo a pólo”. A melhor parte é que desde o início deste mês de junho os dados do projeto aram a ser abertos a todos os interessados.
Para instalar os sensores, as focas são capturadas e imobilizadas. Os sensores são montados na cabeça, mas não machucam os animais e caem sozinhos com o tempo.
Segundo Mike Fedak, professor de biologia da Saint Andrews, “A coleta feita pelos animais é uma inovação interessante na pesquisa de oceanos. Mas, talvez, a parte mais importante é que esses dados advindos de lugares remotos e iníveis nos permitem ter uma visão muito mais clara do estado em que estão os oceanos do mundo”.
Os pesquisadores que tiveram o inicial aos dados já os usaram para produzir mais de 70 trabalhos científicos.
E enquanto os focas – apelido para jornalista iniciante – correm atrás de notícias, as focas aram a se aventurar pela ciência.
Com informações da Universidade de Saint Andrews
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