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Desmatamento na Amazônia bate recorde em setembro e chega a 1.455 km² 6lr70

Número de alertas no mês é o pior da série histórica do INPE e 47,7% maior do que setembro do ano ado. Dados foram atualizados nesta sexta-feira (7)

Cristiane Prizibisczki ·
7 de outubro de 2022 · 3 anos atrás

A Amazônia perdeu uma área equivalente à cidade de São Paulo apenas no último mês, mostrou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta sexta-feira (7). Em setembro, foram emitidos alertas de desmatamento para 1.454,76 km², o maior número da série histórica do INPE, iniciada em 2015. A cifra também é 47,7% maior do que setembro de 2021 e só perde para setembro de 2019, quando foram emitidos alertas para 1.453 km². 

No acumulado do ano, a área sob alerta chega a 8.590 km². O total indicado pelo sistema DETER já é maior do que quase toda a série histórica no acumulado de todos os anos anteriores, mesmo ainda faltando três meses para acabar 2022. A área agregada sob alerta só perde para 2019, quando foram desmatados, em todo aquele ano, 9.179 km².

Segundo o Observatório do Clima, convertida em gás carbônico, a devastação detectada apenas no mês ado – que tende a ser subestimada, devido à natureza do DETER – representa a emissão de 70 milhões de toneladas, o equivalente às emissões anuais da Áustria.

Desmatamento nos estados 95a64

O Pará foi o estado que mais apresentou alertas de desmatamento em setembro de 2022, com 531 km² de destruição. Em seguida, vem Mato Grosso, com 340 km² sob alerta, Amazonas (284 km²), Rondônia (154 km²), Acre (120 km²), Maranhão (12 km²), Roraima (9 km²), Amapá (4 km²) e Tocantins (2 km²).

Segundo a Sala de Situação da Amazônia, outra ferramenta de monitoramento do INPE, no Pará, 37,7% das áreas sob alertas estavam em áreas que, por lei, deveriam ser protegidas, como Terras Indígenas, Unidades de Conservação, Áreas de Proteção Ambiental, Florestas Públicas Não Destinadas e áreas ainda sem definição fundiária.

No Amazonas, essa porcentagem sobe para 44,86%, sendo 36,4 % apenas em áreas ainda sem definição fundiária.

Ao lembrar que Bolsonaro foi o presidente que conseguiu acumular três altas seguidas nas taxas de desmatamento medidas pelo INPE em um mesmo mandato presidencial – e a caminho de uma quarta – o Observatório do Clima afirma que o Brasil se tornou um dos principais riscos climáticos do mundo.

“O mundo tem 84 meses para cortar as emissões de gases de efeito estufa quase à metade se quiser ter uma chance de resolver a crise climática. A continuidade de Jair Bolsonaro no poder é a garantia de que o Brasil impedirá que isso aconteça. Qualquer pessoa que se importe com o futuro da floresta, as vidas dos povos indígenas e a possibilidade de termos um planeta habitável deveria votar para eliminar Bolsonaro da Presidência no próximo dia 30”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

  • Cristiane Prizibisczki 48324h

    Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.

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