Notícias

Tartaruga-verde: estamos de olho em você 6f5m6k

Cidadã de vastas áreas oceânicas do globo, ela é ao mesmo tempo ameaçada de extinção e merecedora de esforços variados de conservação.

Redação ((o))eco ·
3 de julho de 2014 · 11 anos atrás

Foto:
Foto:

As tartarugas-verdes (Chelonia mydas) são uma espécie de tartaruga marinha distribuída por todos os mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor de ilhas, no Brasil, em Fernando de Noronha (PE), Trindade (ES) e Atol das Rocas (RN). A espécie é classificada como Ameaçada pela IUCN, e como Vulnerável pelo ICMBio. Ao redor do mundo, a tartaruga-verde é protegida contra a exploração, e sua captura é proibida.

Apesar desta proteção, suas populações ainda correm perigo em razão da poluição dos mares e da destruição das praias de nidificação — seus habitats — pelo desenvolvimento urbano. Apesar da proteção formal, ainda sofre com redes de pesca, onde é captura por acidente, e com a caça ilegal.

A tartaruga-verde é chamada assim não pelas cores da pele ou do casco, mas à coloração esverdeada da sua gordura corporal. Ela também é conhecida por uruanã ou aruanã.

A cor da sua carapaça varia de indivíduo para indivíduo e até de jovens para adultos. Varia do verde-claro ao muito escuro, ou pode ter tons de amarelo, castanho e verde com listras radiantes. A parte inferior da carapaça, o palastrão, varia entre o branco e o amarelo nas populações do oceano Atlântico e apresenta tons mais escuros nas populações do oceano Pacífico.

Seu corpo é achatado, e tem tanto grande carapaça como nadadeiras. Essas tartarugas têm entre 112 e 120 cm de comprimento e pesam em média 160 quilos. Podem atingir os 230 quilos. A maior das tartarugas-verdes já registrada tinha 152 cm de comprimento e 395 kg.

Durante a vida, as tartarugas-verdes se estabelecem em diferentes habitats. Na época da postura de ovos, são encontradas em praias. Quando atingem maturidade am a maior parte do seu tempo em águas costeiras rasas dotadas de ervas marinhas abundantes. Quando adultas, optam por baías costeiras, lagoas e baixios com pradarias marinhas. Essas mudanças de comportamento também atingem sua alimentação: enquanto jovens são onívoras; adultas, tornam-se principalmente herbívoras (fato único entre as espécies de tartarugas marinhas), embora possam se alimentar de medusas, moluscos, esponjas, ovos de peixes, restos de peixes e de outros animais marinhos.

Como outras tartarugas marinhas, as tartarugas-verdes migram longas distâncias entre as áreas de alimentação e as suas praias de incubação. Em alguns casos, nadam mais de 2.600 quilômetros para chegar aos locais de desova. Tartarugas adultas, fêmeas e machos, sempre retornam às praias onde eclodiram. As fêmeas saem do mar e põem ovos em ninhos que escavam durante a noite. Mais tarde, filhotes emergem em direção à água. Aqueles que sobrevivem alcançam a maturidade sexual ao fim de 20 a 50 anos e vivem até os 80 anos em liberdade.

Nas ilhas oceânicas do Brasil, o período reprodutivo começa em dezembro, com um pico reprodutivo entre os meses de fevereiro e março, que se prolonga até junho, quando nascem os últimos filhotes. As fêmeas das tartarugas-verdes desovam em períodos que variam de 2 a 4 anos, pondo até 5 ninhos em uma mesma temporada, com um intervalo de 2 semanas entre cada desova. Os ninhos são câmaras cavada na areia e depois cobertas. Em cada um deles, a tartaruga-verde põe cerca de 120 ovos, sempre à noite.

O esforço para proteger a Chelonia mydas atravessa o globo. Além de constar em várias listas de proteção e legislações locais, há também acordos internacionais como a Convenção Interamericana para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas e o Memorando de Entendimento sobre a Conservação e Gestão das Tartarugas Marinhas e seus habitats do Oceano Índico e do Sudeste da Ásia (IOSEA). No Brasil, a espécie é protegida dentro de várias unidades de conservação, há um Plano de Ação do ICMBio, conduzido pelo Projeto TAMAR, que realiza a pesquisa, conservação e manejo desta e das outras espécies de tartarugas marinhas brasileiras ameaçadas de extinção.

 

 

Leia também
Tuco-tuco das dunas: cuidado onde pisa
Veado-bororó-do-sul, um pequeno mistério
Jaó-do-litoral: desconfiado, e com razão

 

 

 

  • Redação ((o))eco 59464e

Leia também 1b437

Salada Verde
11 de junho de 2025

Organizações brasileiras pedem que Lula deixe de comercializar petróleo para Israel 3z2pc

Uma comunidade internacional incapaz de garantir direitos humanos não será capaz de lidar com crise do clima, diz Observatório do Clima

Análises
11 de junho de 2025

O que o recorde de visitação aos Parques Nacionais significa para o Brasil? 1257s

Dados do ICMBio sobre os parques nacionais mais frequentados – e os menos – mostram onde se concentra o turismo e apontam caminhos

Notícias
11 de junho de 2025

Servidores denunciam situação precária em florestas nacionais sulistas ocupadas 50462j

ICMBio ite que o ime ultraa suas competências e promete buscar solução que fortaleça a conservação da natureza

Mais de ((o))eco 386al

tartarugas 1o681s

Reportagens

Tartarugas disputam espaço com milhares de carros em praia amazônica 2z6n6l

Salada Verde

Multados por servir tartaruga ameaçada num evento oficial 451d2z

Salada Verde

Água poluída adoece tartarugas no Paraná 2a711s

Reportagens

Uma tartaruga paraense: pesquisadores descobrem espécie restrita ao Pará 6h6936

conservação 4u55e

Colunas

Chefes de Estado prometem atuar pela proteção dos oceanos  4g4q2a

Reportagens

Licenciamento forte pode reduzir a perda de espécies e os prejuízos em negócios 1g5ms

Colunas

Arte naturalista Demonte 2t216j

Notícias

((o))eco é um dos ganhadores do Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental 4o3z3p

espécies ameaçadas 4b4y5g

Colunas

Marketing não é capaz de reviver espécies extintas 104x6d

Colunas

Os Crocodilos Perdidos da Amazônia 593v9

Notícias

Animais e madeiras confiscados em megaoperação mundial anti-tráfico 38551r

Colunas

Massacre e Renascimento na Ilha das Aves 4ug3v

mata atlântica 3i6w4g

Reportagens

Depois de mais de 200 anos, araras ganham uma nova chance no Rio de Janeiro 666w28

Notícias

Governo cria três novas unidades de conservação na Mata Atlântica 4y656x

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Análises

A importância da rede de colaboração em prol da conservação dos manguezais no litoral norte do Paraná 314x73

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.