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Instituto Butantan recebe a “Naja de Brasília” e outras 6 cobras apreendidas 3ck4d

Em parceria com o Ibama, o instituto de pesquisas de São Paulo recebeu 7 espécies de cobras exóticas apreendidas, além da Naja, foram recebidas a víbora de Vogel e 5 corn snakes

Duda Menegassi ·
18 de agosto de 2020 · 5 anos atrás
A cobra Naja em sua chegada ao Butantan. Foto: Butantan/Divulgação

Os desdobramentos do “Caso Naja” envolveram a apreensão de diversas outras serpentes mantidas de forma ilegal, muitas delas exóticas. Primeiramente encaminhadas ao Zoológico de Brasília, 7 destas cobras que não são nativas da fauna brasileira foram agora enviadas ao seu lar definitivo: o Instituto Butantan, em São Paulo. Entre elas, a própria naja (Naja kaouthia) e a víbora-verde-voguel (Trimeresurus vogeli), também peçonhenta. Junto também foram 5 indivíduos de corn snakes, ou cobra-do-milho (Pantherophis guttatus), espécie não peçonhenta. A transferência foi realizada após tratativas junto ao Ibama.

As cobras chegaram ao Butantan na última quarta-feira (12), onde foram registradas e aram por exames clínicos gerais. Os animais arão agora por um período de quarentena, de 30 a 40 dias, e depois disso deverão ser destinados para exposição no Museu Biológico ou para atividades científicas e de educação ambiental.

“Nós recebemos os animais que foram apreendidos lá em Brasília, principalmente a Naja que foi a causadora de tudo. A partir do acidente com a Naja, apareceu uma outra serpente peçonhenta, que é a víbora de Vogel que é asiática também. Por negociação com o Ibama nós recebemos mais cinco serpentes não-peçonhentas que são as corn snakes. Recebemos os animais na recepção de animais do instituto, lá eles foram registrados oficialmente no nosso sistema que já vai direto para a Secretaria do Meio Ambiente, no Registro Geral. E de lá nós viemos aqui para a Quarentena, o setor veterinário do Museu Biológico”, explica o diretor do Museu Biológico, Giuseppe Puorto, em vídeo produzido pelo Instituto.

“O Butantan tem um papel atuante em casos como este. Não somos uma entidade fiscalizadora, mas sim de apoio aos órgãos responsáveis. Isso se dá por conta do nosso trabalho histórico com animais peçonhentos e venenosos. Há muitos anos que o Instituto trabalha junto ao Ibama e Policia Ambiental no recebimento de animais apreendidos, tanto da fauna brasileira, como da fauna exótica”, conta Giuseppe em nota oficial do Butantan.

O diretor acrescenta ainda que o Butantan possui antídoto para a mordida da Naja e agora pretende adquirir o soro antiofídico para o veneno da víbora de Vogel – atualmente não disponível no Instituto – para poder colocar a espécie em exibição. Desde 2017 o Butantan já possui um exemplar de naja kaouthia em exposição no Museu.

“Nós devemos colocá-los em exposição, quando o Butantan abrir ao público, até para fazer o trabalho de educação ambiental, mostrando à população o problema que é ter animal exótico no país. Animal exótico coloca em risco o meio ambiente e coloca em risco a saúde da população porque um animal desses fugindo pode trazer problemas seríssimos”, ressalta Giuseppe.

Jovem é indiciado por tráfico

Pedro Krambeck, que foi mordido pela Naja no início de julho o estopim de todo o caso , foi indiciado na última quinta-feira (13) pela Polícia Civil do Distrito Federal por tráfico de animais silvestres. Além de Pedro, outras 11 pessoas foram indiciadas, a maioria por tráfico, maus-tratos e associação criminosa. A etapa é resultado das investigações da Operação Snake que apurou que o jovem comprava serpentes de outras estados, criava em cativeiro dentro da própria casa, e vendia os filhotes por R$ 500 a interessados. Segundo as informações da Polícia Civil do DF, a mãe do estudante e o padrasto também se envolveram na prática dos crimes e foram indiciados, junto com os amigos que participaram da guarda e cuidados dos animais, e também criaram uma rede para retirar as cobras do apartamento do rapaz e escondê-las em outros locais.

O ex-comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do DF, Joaquim Elias Costa Paulino, também foi indiciado, por fraude processual, prevaricação e coação no curso do processo. A conduta da servidora do Ibama que forneceu licenças irregulares aos jovens será apurada pela Polícia Federal.

O inquérito policial seguirá agora no Judiciário.

 

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    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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