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“O rio está carcomendo os terrenos” 6q2xh

Fermín Rojas e Cristina Rojas, em Arapicos, contam os problemas que eles têm com a falta de água potável e com a contaminação do rio.

Maricela Rivera ·
16 de outubro de 2012 · 13 anos atrás
Poluição e a força do rio são ameaças para os agricultores que trabalham perto do Rio Palora. Crédito: Rubén Ramírez, Finding Species
Poluição e a força do rio são ameaças para os agricultores que trabalham perto do Rio Palora. Crédito: Rubén Ramírez, Finding Species
Em Palora o sol sai cedo, são oito da manhã e já começa a se sentir o calor, hoje será um dia de sol intenso. Nove da manhã e Pedro, nosso motorista de taxi, nos recolhe para começar o percurso até o Rio Palora. O caminho está cheio de plantações de cana de açúcar e de pitaia.

Em amplos terrenos, duas pessoas preparam o pulverizador. Paramos, porque Pedro os conhece. Eles são Fermín e Cristina Rojas, agricultores que dependem totalmente do rio e seus movimentos. Fermín chegou a Arapicos quando era muito jovem, e ali sempre se dedicou à agricultura. Dos três hectares que eles têm, um está muito perto do Rio Palora.

“O rio está carcomendo os terrenos, quando cresce vem cavando a terra, se o vilarejo está quase sendo levado pelo rio”, diz Fermín enquanto mostra o ultimo pedaço de terra que foi levado pelo rio. Apesar das denúncias na Central de Riscos nada foi feito. As vacas e os bezerros também vão com a água quando a terra desliza. “Necessitamos de uma ponte, a correnteza aqui é muito forte. Antes esta parte não era assim, tudo era mais para lá, mas o rio foi carcomendo a terra e já formou um desvio”.
 
Enquanto Fermín procura pitaias, Cristina nos conta que os rios pequenos que desembocam no Palora, como o Rio Arapicos, sofrem mais. “Claro que existem problemas de poluição, se aqui na beira do rio duas famílias colocaram há um ano um chiqueiro e todas as sujeiras vão para o rio, porque os poços estão na beira. Mais para baixo vivem mais pessoas que ocupam o rio, há crianças que vão à escola”, conta Cristina enquanto mostra os chiqueiros. “Nós pegamos água em baldes para dar ao gado, mas eles não tomam porque a água tem cheiro de bosta de porco, e esse é um problema para nós porque se o gado não toma água, morre”.   

Fermín retorna com unas pitaias na mão, põe o pulverizador nas costas e se despede, e é que o sol está mais intenso e eles têm muito para dedetizar. Antes de se despedir, ele nos conta que apesar de estar rodeados de água não possuem água potável. “Os rios têm que ser cuidados, protegidos. Este é o único rio que nos abastece, mas as autoridades não fazem nada. Aqui não temos água potável, a água que temos chega por mangueiras desde o rio”, termina, enquanto nos entrega umas pitaias para saborear. “Voltem quando vocês quiserem” nos dizem, enquanto se perdem entre os cactos.

  • Maricela Rivera 632j72

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