Reportagens

Parque Nacional de Pacaás Novos é barreira ao desmatamento em Rondônia 665p4g

 Unidade de Conservação é uma das guardiãs da floresta amazônica no estado, que sofre com o avanço da fronteira de expansão agrícola.

Observatório das UCs ·
24 de junho de 2015 · 10 anos atrás

Vista do alto da Serra dos Pacaás Novos, em Rondônia. Foto: Sergio Marques de Souza
Vista do alto da Serra dos Pacaás Novos, em Rondônia. Foto: Sergio Marques de Souza

Em um país que desde 1988 já desmatou o equivalente a quase 50 milhões de campos de futebol só na Amazônia, não é difícil imaginar o quão pior seria a devastação se 18% do território brasileiro não estivesse protegido por Unidades de Conservação. Em Rondônia, um dos estados da região mais afetados pelo desmatamento, o Parque Nacional de Pacaás Novos é um desses guardiões da floresta.

Colhidas pelos satélites do programa Landsat, duas imagens mostram o efeito de quase 40 anos de desmatamento na Amazônia. A primeira, acima, retrata Rondônia em 1972, quando menos de 2% de suas florestas haviam sido derrubadas. A segunda é do ano de 2009, quando praticamente um terço de suas árvores já não existiam mais. Enquanto isso, Pacaás Novos perdeu apenas 0,17 % de sua floresta.

Comparação do desmatamento em Rondônia. Foto: Satélite
Comparação do desmatamento em Rondônia. Foto: Satélite

A animação a seguir permite acompanhar a evolução do desmatamento e ver como a abertura de estradas abriu caminhos para que a vegetação fosse posta abaixo. Os anos am e as imagens mostram o avanço do estrago. Do lado esquerdo, porém, aparece a grande área verde do Parque Nacional de Pacaás Novos.

Uma das maiores Unidades de Conservação em Rondônia, com 708,6 mil hectares, o parque abrange os municípios de Presidente Médice, Costa Marques, Guajará-Mirim, Porto Velho, Jaru e Ouro Preto do Oeste. Ele preserva uma vegetação representativa de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, onde podem ser encontradas espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção, como a onça-pintada (Phantera onca), o Tatu-canastra (Priodontes maximus) e a harpia (Harpia harpyja). Além disso, engloba pontos de grande beleza cênica da região, como o Pico do Tracoá, ponto mais alto do estado, com 1.230 metros de altitude. 

Na imagem a seguir, é gritante o contraste entre a quantidade de cobertura florestal do parque e as terras privadas em seu entorno.

Os limites do parque são claramente visíveis nos arredores de São Miguel do Guaporé. Foto: Satélite.
Os limites do parque são claramente visíveis nos arredores de São Miguel do Guaporé. Foto: Satélite.

Mesmo assim, Pacaás Novos precisa lutar para manter sua floresta de pé. Ele sofre com incêndios iniciados no seu entorno provocados para abrir roças de subsistência e renovação de pastagens. O pior período é entre os meses de agosto e setembro, que concentram mais de 75% dos focos de indêndio na área da unidade.

Pacaás Novos foi criado em 1979 para deter a ocupação acelerada da nova fronteira agrícola que avançava na direção de Rondônia. Apesar de suas dificuldades, deu certo.

 

*Este texto é original do blog Observatório de UCs, republicado em O Eco através de um acordo de conteúdo.

 

 

Leia também
Maria Tereza Pádua: “Estão acabando com as Unidades de Conservação”
Abrolhos sofre com sobrepesca e queda no número de visitantes
Ajuste fiscal pode pôr em risco preservação de áreas protegidas, alerta Philip Fearnside

 

 

 

  • Observatório das UCs b5r4r

Leia também 1b437

Reportagens
3 de junho de 2015

Ajuste fiscal pode pôr em risco preservação de áreas protegidas, alerta Philip Fearnside 3f572e

Para pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, crise econômica diminuirá ainda mais os recursos para as áreas protegidas.

Reportagens
4 de junho de 2015

Abrolhos sofre com sobrepesca e queda no número de visitantes 2s6x2r

Primeira unidade de conservação marinha do país ainda sofre com falta de pessoal e ausência de estrutura adequada para cumprir ser papel.

Reportagens
4 de junho de 2015

Maria Tereza Pádua: “Estão acabando com as Unidades de Conservação” 2g1o1a

A agrônoma lembra o histórico das áreas protegidas que ajudou a criar e da destruição dos biomas brasileiros ao longo dos últimos 50 anos.

Mais de ((o))eco 386al

unidades de conservação 4x4ed

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

Colunas

Mercantilização e caos no licenciamento ambiental brasileiro 6y4jn

Notícias

Com mudanças de última hora, projeto-bomba do Licenciamento é aprovado no Senado 38r1b

Salada Verde

Ação prende casal que capturou macaco-prego no Parque Nacional da Tijuca 5o2g6f

amazônia 245k3y

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Colunas

No jogo das apostas, quais influenciadores apostarão na Amazônia? 22263e

Notícias

Degradação da Amazônia cresce 163% em dois anos, enquanto desmatamento cai 54% no mesmo período 102q1e

desmatamento 5h2z4x

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Notícias

Legalidade de megadesmates no Pantanal avança para julgamento no STJ 2p2j4c

Colunas

No jogo das apostas, quais influenciadores apostarão na Amazônia? 22263e

oceanos 415a65

Reportagens

O quão pouco já vimos das profundezas do mar 6f1i1a

Salada Verde

APA Baleia Franca sob ataque: sociedade protesta contra tentativa de redução 1b186g

Notícias

Projeto quer reduzir APA da Baleia-Franca, em Santa Catarina 69132m

Salada Verde

Trilha Transcarioca terá trecho oceânico até arquipélago das Cagarras 2k566y

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 4 1v1c28

  1. Paulo André diz:

    https://youtu.be/KOOIYGrCoBg

    Venha voar na Amazônia
    Voo de parapente chegando na Reserva Indígena Pacaas Novos em Rondônia!


  2. simony diz:

    Eu morei em em são miguel por anos e nunca fui ver de perto esse parque. É uma coisa tão próxima de mim e ninguém nunca fala sobre isso por aqui. A gente vive num lugar tão maravilhoso e nem sabe! Não é uma das prioridades dos gestores públicas preservar as florestas.


  3. André Paulo diz:

    O pior é que o Paulo tem razão. Ainda criaram a cultura local de dizer que índio é preguiçoso e é uma raça miserável que deveria acabar. O argumento deles é sempre o mesmo. Esses índios não são índios nada. Querem terra pra quê?