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O Governo Federal e dos estados de Goiás e Tocantins firmaram ontem (14) um acordo com o Banco Mundial para a criação de dois milhões de hectares em unidades de conservação (UCs) no Cerrado, por meio da criação de novas áreas protegidas e expansão das já existentes. O acordo prevê investimento de 42,69 milhões de dólares no bioma, que já perdeu quase metade de sua vegetação original para o desmatamento calcado na expansão da soja, gado, carvorias, cana-de-açúcar, mineração e urbanização.
Atualmente, apenas 8,2% da área total do Cerrado estão dentro de áreas protegidas federais e estaduais, sendo 5,4% de “uso sustentável” (a maioria APAs), além de 4,4% em terras indígenas. O prazo para a criação das novas UCs é de quatro anos. Ministério do Meio Ambiente será responsável pela coordenação dos projetos de criação das áreas e a execução dos recursos ficará a cargo do Funbio.
Os recursos serão distribuídos em quatro projetos de conservação e uso sustentável da biodiversidade. Para sua execução, o Banco Mundial vai investir 13 milhões de dólares, sendo que os outros 29,69 milhões virão da contrapartida do Governo Federal e dos dois estados parceiros. Goiás e Tocantins integram o Programa Iniciativa Cerrado Sustentável, que tem por objetivo promover a conservação da biodiversidade e melhorar o manejo dos recursos ambientais e naturais do bioma.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, considerada a savana mais rica em biodiversidade do mundo, com 12 mil espécies de plantas nativas. No bioma estão concentradas as nascentes das bacias dos rios Amazonas, Prata e São Francisco. Mesmo com importância reconhecida, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que confere ao Cerrado status de Patrimônio Nacional está há 13 anos parada em Brasília. (Cristiane Prizibisczki)
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– Altas apostas no Cerrado
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