Salada Verde

Após 36 horas de fogo, Parque da Serra do Tabuleiro tenta voltar ao normal 2kg12

Ainda não se sabe o que causou as chamas, mas há suspeitas de incêndio criminoso. Danos ambientais são imensuráveis. Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso

Sabrina Rodrigues ·
12 de setembro de 2019 · 6 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Ainda não foi feito um diagnóstico total da destruição feita pelo incêndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, mas suspeita-se que seja o maior incêndio que já atingiu o parque em toda a sua história. Foto: Polícia Ambiental/Divulgação.

Durou 36 horas o incêndio que tomou conta do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, localizado no município de Palhoça, em Santa Catarina. As chamas foram finalmente controladas, segundo informações divulgadas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). No entanto, o resultado preliminar da destruição causada pelo fogo conta com mais de mil hectares, além da morte de animais que se abrigavam dentro da unidade.

É como se pegasse fogo seis parques do Ibirapuera. 

Imagem do dano do incêndio que começou na terça-feira (10) e só terminou nesta quinta (12). Foto: IMA-SC.

Para combater o incêndio foi montada uma força tarefa formada por equipes do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA), Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros. O combate aconteceu por duas frentes: uma por terra e outra por helicópteros. 

Dois helicópteros foram usados na ação: Arcanjo, do Corpo de Bombeiros; e o Águia, da Polícia Militar.

Cronograma das chamas

O incêndio começou por volta das 10h de terça-feira (10), avançando para quarta-feira (11), quando foi aparentemente controlado. Mas, segundo o IMA, devido aos fortes ventos, as chamas retornaram de forma intensa, alastrando-se para a parte sul da unidade de conservação. Foi na tarde desta quinta-feira (12) que equipes de combate ao fogo conseguiram, finalmente, cessar as chamas.

Suspeita de incêndio criminoso

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL) afirmou que o Instituto Gerais de Perícias de Santa Catarina (IGP) irá investigar a origem do incêndio. As autoridades suspeitam que o incêndio tenha sido criminoso. 

Gestor do Parque Estadual Serra do Tabuleiro, Carlos Cassini. Foto: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC).

“Essa suspeita existe pela quantidade de focos e pela rapidez com que as chamas se espalharam. É possível que tenha sido utilizada alguma forma para alastrar a queimada, como uma técnica que usa mangueiras para espalhar as chamas ou mesmo combustível”, declarou Carlos Cassini, em entrevista ao jornal Diário Catarinense.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.

As chamas deixaram um rastro de destruição pelo caminho. Segundo nota divulgada pelo IMA, répteis, anfíbios e insetos foram os primeiros a sucumbir em situações de incêndio. Mamíferos também sofrem e muitos não conseguem fugir a tempo. “Nesta época do ano nem mesmo as aves escapam, pois como é período de ninhos, as aves não abandonam os filhotes e também acabam morrendo”.

Foto: IMA.
Imagem área do incêndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Foto: Polícia Ambiental.
Foto: Polícia Ambiental.

 

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  • Sabrina Rodrigues 3z4wd

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 2 1x5124

  1. Veronica Goidanich diz:

    Nunca entendi porque existem Pinus sp no parque. Com certeza favorece incêndios. Erradicar esta espécie e' importante, pois não favorece a fauna e nem o reestabelecimento da flora nativa da região.


  2. Paulo diz:

    Quase todo ano é colocado fogo na baixada do maciambu (faz parte do PE da serra do tabuleiro).
    O IMA deve aproveitar este momento e cortar os milhares da arvore do gênero Pínus sp, que existem na área. Com certeza que a palhada e a resina desta espécie favoreceu o volume das chamas.