Salada Verde

Em “último ato” Bolsonaro libera madeireiras em Terras Indígenas 1az1f

Texto da instrução normativa afirma que empresas operadas por não indígenas também poderão atuar nas reservas. Enquanto agências ambientais seguem sem dinheiro para fiscalização nos próximos meses

Redação ((o))eco ·
16 de dezembro de 2022 · 2 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Em uma instrução normativa publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (16), o presidente não reeleito, Jair Bolsonaro (PL), autoriza os planos de manejo e a exploração de madeiras dentro de áreas indígenas demarcadas.  

O texto foi assinado pelas presidências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Pelo texto publicado por Ibama e Funai, a exploração madeireira poderá ser feita por “organizações indígenas ou através de organizações de composição mista”, ou seja, com não indígenas.

A Instrução Normativa número 12, data de 31 de outubro, data da derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. Segundo o texto, ela “estabelece as diretrizes e os procedimentos para elaboração, análise, aprovação e monitoramento de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) Comunitário para a exploração de recursos madeireiros em Terras Indígenas e dá outras providências”.

O texto desconsidera o Estatuto do Índio sobre o tema e afirma que por serem Terras da União, existe competência da mesma, prevista no inciso XV do art. 7º da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, para aprovar o manejo florestal a ser desenvolvido em Terras da União e, por conseguinte, em Terras Indígenas. 

Caberá às Superintendências do Ibama nas Unidades da Federação, analisar os Planos de Manejos das Terras Indígenas nos quais for pretendido. As regionais do Ibama serão as responsáveis pela análise e deliberação quanto à autorização, mantendo-se o apoio técnico da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Floresta ( DBFlo), órgão ligado à gerência nacional da autarquia.

Bolsonaro escolheu delegar ao Ibama a fiscalização da ação das madeiras em um momento no qual a entidade decretou que não há recursos  para fiscalização nos próximos meses. 

Organizações socioambientais do terceiro, como o Instituto Socioambiental 

(ISA), afirmaram à imprensa que temem que a medida facilite ainda mais a exploração criminosa que já ocorre, devido a falhas na fiscalização. 

Ilegalidade no Pará  406hr

Em março de 2021, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), denunciou o uso irregular de cooperativas supostamente indígenas para extração ilegal de madeira na reserva Kayapó, no município de Ourilândia do Norte, Sul do Pará.

Segundo a denúncia da Apib,  a cooperativa Kayapó Ltda, fundada em 2018 pelo cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis e pelo empresário João Gesse estaria usando a cooperativa para explorar as terras indígenas, com grande extração, exploração agroindustrial, produção e comercialização comum de essências nativas por meio do manejo sustentável da floresta da reserva Kayapó.

As lideranças Kayapó chegaram a publicar uma carta de repúdio contra a cooperativa, comandada por empresários não indígenas. 

Um estudo da Rede Simex, formada por quatro instituições ambientais – Imazon, Idesam, Imaflora e ICV -, revelou que a extração de madeira nos territórios indígenas do estado aumentou de 158 para 1.720 hectares entre 2019 e 2021. Em um ano, a  área de extração ilegal de madeira em territórios indígenas no Pará aumentou 11 vezes.

  • Redação ((o))eco 59464e

Leia também 1b437

Notícias
28 de outubro de 2015

Comissão especial aprova PEC das Terras Indígenas 4r30j

Proposta que ainda será votado em plenário transfere para o Congresso o poder de criar Terras Indígenas, Quilombolas e Unidades de Conservação.

Reportagens
15 de junho de 2022

Amazônia em guerra: morte de Dom e Bruno escancara situação de abandono de Terras Indígenas do país 4a144d

Jornalista e indigenista foram executados no Dia do Meio Ambiente. Área onde ocorreu o crime é dominada por traficantes, garimpeiros e madeireiros ilegais

Salada Verde
4 de maio de 2022

Aprovado projeto que permite construção de linhas de transmissão em Terras Indígenas 4n2555

Proposta pelo senador Chico Rodrigues (União-RR) tem como objetivo destravar o linhão de Tucuruí, que a por cima das terras dos Waimiri Atroari

Mais de ((o))eco 386al

desmatamento 5h2z4x

Reportagens

Como comunidades de fecho de pasto conservam o Cerrado no oeste baiano 6x4y6b

Notícias

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WRI 3l3w55

Análises

O PL da Devastação e a falsa promessa do progresso o1s2e

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

ICS 6p4522

Notícias

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WRI 3l3w55

Notícias

Transição energética entra de forma discreta na terceira carta da Presidência da COP30 161u3k

Salada Verde

Veja como votou cada senador no projeto que implode o licenciamento ambiental 6oy3g

Reportagens

Brasil aposta na conciliação entre convenções da ONU para enfrentar crises globais 3p1w31

política ambiental 5n5325

Salada Verde

Sociedade civil protesta contra PL que quer acabar com o licenciamento 3e3u1p

Reportagens

Como comunidades de fecho de pasto conservam o Cerrado no oeste baiano 6x4y6b

Notícias

Tribunal de Justiça do RS desobriga companhia de isolar fios para evitar choques em bugios p2065

Notícias

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WRI 3l3w55

unidades de conservação 4x4ed

Notícias

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WRI 3l3w55

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

Colunas

Mercantilização e caos no licenciamento ambiental brasileiro 6y4jn

Notícias

Com mudanças de última hora, projeto-bomba do Licenciamento é aprovado no Senado 38r1b

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.