Salada Verde

Parecer técnico subsidia procuradores na hora de apontar danos ambientais em extração de ouro 5w4x21

Lavra a céu aberto provoca impactos fisionômicos, químico, biológico e humano, mas como mensurar o impacto? Parecer o o a o

Sabrina Rodrigues ·
16 de setembro de 2019 · 6 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Objetivo da chamada “aventura no garimpo”. Foto: ICMBio.

A extração ilegal de ouro na Amazônia causa não só danos ambientais como pecuniários. Mas como mensurar impactos socioambientais de mineração ilegal sem saber a procedência do ouro? Ou seja, não saber onde foi retirado, tamanho da área do garimpo e tudo mais? Para ajudar os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), a equipe técnica da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPEA) do MPF produziu um parecer para ajudar a mensurar o impacto desta atividade no bioma amazônico usando o método de valoração econômica.

O documento foi requisitado pela Força Tarefa (FT) Amazônia, formada em agosto de 2018, para auxiliar os procuradores da República em casos de apreensão de ouro ilegal. 

O parecer baseou-se em ferramentas econômicas de valoração de danos ambientais causados por essas atividades ilegais que vão desde o desmatamento até a desestruturação de serviços ecossistêmicos, como regulação climática, oferta de água e manutenção da biodiversidade.

A fórmula auxiliará na definição de valores exigidos pelo MPF em ações civis públicas que tratam de danos ambientais decorrentes da exploração mineração de ouro. 

E os prejuízos são milionários. O parecer demonstrou que, em valores pecuniários, o prejuízo ambiental decorrente da mineração ilegal de ouro em garimpos pode atingir R$ 3 milhões por quilograma de ouro extraído, considerando o período de 12 anos para a recuperação da área degradada. 

Um caso concreto demonstrado no documento trata de uma Ação Civil Pública apresentada contra as empresas Ciala da Amazônia Refinadora de Metais Ltda., Compra de Artefatos Usados Ltda., Industrial Recuperadora de Metais Ltda. e mais quatro pessoas físicas. A ação baseou-se numa investigação da Polícia Federal ocorrida entre junho de 2015 e fevereiro de 2018. Ao fazer o cálculo, concluiu-se que os danos ambientais causados por essa atividade ilegal chegaram ao montante de R$ 541.875.256,00.

Impactos gigantescos

Segundo o parecer, o método de lavra a céu aberto, usado pela maioria das minas de minerais metálicos, provoca impactos consideráveis a nível fisionômico, químico, biológico e humano. Um exemplo, é o caso de São Luiz de Tapajós (PA), onde 80% das crianças apresentam redução de quociente de inteligência (QI) relacionada à contaminação dos recursos naturais pelo mercúrio, que quando é despejado em rios pode se transformar noutro composto conhecido como metilmercúrio, composto que causa danos cerebrais.

“Desmatamento, destruição da fauna e da flora locais, alterações físico-químicas dos leitos aquáticos e poluição com insumos químicos utilizados na mineração estão entre os principais danos ocasionados”, relatam os analistas do Ministério Público da União, no parecer. 

Saiba Mais 

Parecer Técnico nº 1495/2019

 

Leia Também

MPF cria força-tarefa para combater crimes ambientais na Amazônia

Mapa indica que Amazônia vive uma epidemia de garimpo ilegal

MPF entra com ação contra garimpo ilegal no Pará

 

  • Sabrina Rodrigues 3z4wd

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

Leia também 1b437

Salada Verde
5 de fevereiro de 2018

MPF entra com ação contra garimpo ilegal no Pará m3g5b

Órgão pede à Justiça que obrigue o Ibama e o ICMBio a realizarem inspeções na terra indígena Munduruku, no Pará. Atividade ilegal está prejudicando a comunidade

Notícias
13 de dezembro de 2018

Mapa indica que Amazônia vive uma epidemia de garimpo ilegal 26u1h

Trabalho inédito elaborado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg) mostra a distribuição dessa atividade e os seus impactos socioambientais

Salada Verde
22 de agosto de 2018

MPF cria força-tarefa para combater crimes ambientais na Amazônia 2o5w3j

Seis procuradores atuarão contra desmatamento e mineração ilegais, grilagem e ao tráfico de animais silvestres. Ação terá prazo de 18 meses

Mais de ((o))eco 386al

garimpo ilegal 5c3wx

Salada Verde

Garimpo já ocupa quase 14 mil hectares em Unidades de Conservação na Amazônia 4j2j3u

Notícias

Garimpeiros protestam contra operação da PF em Humaitá 6g5j4h

Notícias

Todos os Yanomami pesquisados pela Fiocruz estão contaminados por mercúrio 3a54l

Salada Verde

Plenário do STF vai julgar ação que contesta tamanho de garimpos individuais no Pará 6y4a44

MPF 586z1t

Salada Verde

Aplicativo permite a denúncia de crimes ambientais pela população 2er1l

Notícias

Evento debate prevenção e soluções para impactos da crise climática 1r273r

Notícias

Justiça Federal determina expulsão de invasores de terra indígena no Pará 2u1s6b

Notícias

MPF faz 14 recomendações contra impactos ambientais em praias de Cabo Frio (RJ) 5h221r

amazônia 245k3y

Notícias

Onda de apoio a Marina Silva após ataques sofridos no Senado une ministras, governadoras e sociedade civil 9106o

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 3k1x1u

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção d7343

Colunas

No jogo das apostas, quais influenciadores apostarão na Amazônia? 22263e

ICS 6p4522

Notícias

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WRI 3l3w55

Notícias

Transição energética entra de forma discreta na terceira carta da Presidência da COP30 161u3k

Salada Verde

Veja como votou cada senador no projeto que implode o licenciamento ambiental 6oy3g

Reportagens

Brasil aposta na conciliação entre convenções da ONU para enfrentar crises globais 3p1w31

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 1 3wi3c

  1. Paulo diz:

    A Ciência comprovando as hipóteses.
    Parabéns ao MPF.