Notícias

Parque Estadual da Pedra Branca ganha guia de trilhas 2s1y46

Fundado nos anos 70, o Maciço da Pedra Branca é o maior da cidade do Rio e acaba de ganhar um guia completo das suas trilhas, com mais de 20 roteiros.

Fabíola Ortiz ·
2 de dezembro de 2013 · 11 anos atrás
Pedra do Quilombo. Foto: Hugo de Castro
Pedra do Quilombo. Foto: Hugo de Castro

 

Para quem está no Rio de Janeiro, gosta de natureza e curte aventuras e caminhadas pela mata, uma das boas opções é a Trilha do Pico da Pedra Branca. Com 1.025 metros, o Maciço da Pedra Branca é o maior da cidade e localiza-se no Parque Estadual de mesmo nome. A caminhada é considerada difícil com fortes aclives, mas, em compensação, oferece uma visão privilegiada da zona oeste do Rio.

Contracapa do Guia de Trilhas
Contracapa do Guia de Trilhas

No Pico, existe uma rocha de três metros de altura. Ela parece ter sido “cuidadosamente colocada no local” para permitir que a Pedra Branca supere o Pico da Tijuca de 1.021 metros, brinca o escalador André Ilha, também diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Criado em 1974, o Parque Estadual da Pedra Branca ocupa pouco mais de 10% do território do município do Rio, mas só agora ganhou um guia de trilhas completo com mapas e fotografias das suas travessias e circuitos de caminhada.

Este é o segundo guia de uma série elaborada pelo INEA. O primeiro foi o guia do Parque Estadual do Desengano, disponível para . Os guias ainda são bilíngues, com versão dos textos em inglês, incluindo legendas de ilustrações e indicativos de níveis de dificuldade.

“Havia muita carência de informação disponível sobre as belas trilhas do parque. Pretendemos ter guias completos e bonitos para todos os nossos parques, mas é um processo que demanda tempo, pois é grande a quantidade de informação contida em trabalhos desta natureza”, disse a ((o))eco André Ilha.

Um Parque especial

“O Parque Estadual da Pedra Branca é um dos maiores, se não o maior, parque urbano do mundo, com 12.394 hectares, três vezes o tamanho do Parque Nacional da Tijuca, por exemplo. Só isso já é um grande diferencial”.

Uma curiosidade: o nome “Pedra Branca” deriva de um bloco rochoso, localizado em um topo de montanha, e que ficou branquinho devido aos dejetos de urubus, que ali pousavam com frequência. Hoje, André garante que os urubus se foram das matas do entorno.

A região foi afetada pela expansão urbana da cidade. É rodeada por 17 bairros como Campo Grande, Vargem Grande e Recreio dos Bandeirantes.

Vários níveis

André Ilha diz que o guia oferece opções de trilhas de vários níveis de dificuldade: “Tivemos a preocupação de incluir trilhas para todos os gostos. A trilha para o Pico da Pedra Branca, que deu o nome ao parque, por exemplo, é bem longa, leva mais ou menos três horas, mas é bem suave”.

A trilha da Pedra do Quilombo, embora mais curta, tem uma agem mais exposta em um paredão rochoso, onde foi instalado um cabo de aço e apoios metálicos para os pés neste curto trecho de 10 metros de extensão, para aumentar a segurança dos caminhantes.

A travessia mais extensa tem 11,8 quilômetros e leva o visitante de Jacarepaguá a Campo Grande. São 5 horas de caminhada em trechos de uma antiga estrada colonial, onde ainda podem ser vistos os resquícios do calçamento com grandes blocos de pedra.

A mais difícil é a Travessia Pau da Fome-Rio da Prata, mas que recompensa com mirantes naturais, rios, cachoeiras e vegetação de Mata Atlântica, numa altitude máxima de 793 metros.

Se o visitante quiser aproveitar para tomar banho de mar, é possível seguir pelas áreas de praia, como a Travessia Piabas-Grumari, com 3 quilômetros e direito a banho de mar na Praia de Grumari. Esta é uma outra antiga estrada colonial utilizada para o escoamento da produção do Engenho de Grumari, onde se cultivava café e cana-de-açúcar. Com altitude máxima de 184 metros, a travessia inclui mirantes e densa vegetação de Mata Atlântica.

Riqueza e biodiversidade

A riqueza da fauna e flora do Parque inclui espécies raras e ameaçadas. Segundo a bióloga do INEA, Camila Rezende, a cobertura florestal do Parque é um grande mosaico formado por manchas de vegetação em diferentes estágios. O tipo dominante é a Floresta Ombrófila Densa.

Na área do Parque, catalogou-se um total de 934 espécies pertencentes a 118 famílias botânicas. Destas, 429 apresentam algum grau de endemismo. “Vale ressaltar a presença, inclusive, de uma espécie endêmica de bromélia, a Neoregelia camorimiana, encontrada especialmente nas matas em estágio avançado de regeneração”, escreveu Camila referindo-se ao plano de manejo do parque.

A fauna registra 338 espécies de aves, das quais 20 encontram-se em alguma categoria de ameaça, como a tiriba-de-orelha-branca, classificado como espécie vulnerável à extinção nas listas estadual e nacional, e também no resto do mundo.

Existem ainda 51 espécies de mamíferos, das quais 8 ameaçadas, como o morcego-fruteiro-claro, vulnerável à extinção em território nacional. Entre as 43 espécies de peixes, 5 são ameaçadas, como o peixe-das-nuvens.

Maior número de visitantes

A média estimada de visitantes ao mês é de pelo menos 3 mil, ou, segundo o INEA, 36 mil frequentadores por ano. Mas há novas e ambiciosas metas, como, em 2015, receber 45 mil visitantes. O guia bilíngue vai ajudar na divulgação do lugar para os turistas. No ano de 2016, a meta é alcançar um público de 60 mil visitantes.

Por ser considerado um dos maiores parques urbanos do mundo, ele também sofre pressões e ameaças à sua preservação. André Ilha ite que o “cardápio de ameaças” do Parque da Pedra Branca é “completo”, pois ele está cercado pela área que mais cresce no município do Rio de Janeiro, a sua Zona Oeste.

O local tem 40 guarda-parques e lá foi instalada a primeira Unidade de Polícia Ambiental (UPAm) do estado. Entretanto, nenhuma das duas medidas resolve o problema dos balões, que caem sobre o parque em grande número na época das festas juninas e julinas – que coincidem com o período mais seco do ano.

“Representam um autêntico bombardeio aéreo que temos que enfrentar todos os anos. Felizmente,  graças ao pronto combate dos guarda-parques, tais incêndios, cujo início não conseguimos evitar, não prosperam”, disse Ilha.

 

Clique nas imagens para ampliá-las e ler as legendas

 

*editado às 16h00 do dia 10.01.16

 

Leia Também
Transcarioca: as mãos por trás das pegadas
Guardas-parques para UCs no Rio
O parque bronzeado do Rio de janeiro

 

 

 

  • Fabíola Ortiz 233l2x

    Jornalista e historiadora. Nascida no Rio, cobre temas de desenvolvimento sustentável. Radicada na Alemanha.

Leia também 1b437

Notícias
23 de maio de 2025

Transição energética entra de forma discreta na terceira carta da Presidência da COP30 161u3k

À comunidade internacional, André Corrêa do Lago delineia o que ele espera que seja alcançado nas negociações preparatórias de Bonn

Análises
23 de maio de 2025

Que semana, hein? 6s4y4a

Apesar das batalhas perdidas e dos ciclos que se fecham, a luta ambiental tem que seguir

Notícias
23 de maio de 2025

O Brasil e o mundo dão adeus a Sebastião Salgado, que viveu 81 anos de histórias e imagens 384169

O fotógrafo dedicou grande parte da vida aos temas humanistas e ecológicos, incluindo a restauração de ambientes naturais

Mais de ((o))eco 386al

política ambiental 5n5325

Notícias

Transição energética entra de forma discreta na terceira carta da Presidência da COP30 161u3k

Análises

Que semana, hein? 6s4y4a

Análises

Pela transição energética Norte-Sul pactuada na COP30 3t5v4u

Notícias

Governo, ongs e sociedade civil se manifestam contra aprovação do PL do Licenciamento 51131e

visitação 576le

Análises

O que a mais ambiciosa legislação americana para recreação ao ar livre tem para nos oferecer? 3q1f50

Salada Verde

Deputados aprovam urgência em PL sobre visitação em UCs 2p259

Análises

Visitar para conservar 2s3542

Análises

Uma reflexão sobre o turismo em parques nacionais no Brasil 3g6b1s

unidades de conservação 4x4ed

Colunas

Mercantilização e caos no licenciamento ambiental brasileiro 6y4jn

Notícias

Com mudanças de última hora, projeto-bomba do Licenciamento é aprovado no Senado 38r1b

Salada Verde

Ação prende casal que capturou macaco-prego no Parque Nacional da Tijuca 5o2g6f

Reportagens

Maior área contínua de Mata Atlântica pode ser mantida com apoio do turismo 91ys

conservação 4u55e

Análises

Que semana, hein? 6s4y4a

Análises

A importância da rede de colaboração em prol da conservação dos manguezais no litoral norte do Paraná 314x73

Notícias

Governo, ongs e sociedade civil se manifestam contra aprovação do PL do Licenciamento 51131e

Colunas

Mercantilização e caos no licenciamento ambiental brasileiro 6y4jn

Deixe uma respostaCancelar resposta 2s56o

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 12 2w405l

  1. Boa noite, morava em Bangu na década de 1980 e subi oito vezes o Pico da Pedra Branca e duas dessas foram a noite!

    A subida normalmente era pela Rua Boiobi, com seis horas de caminhada. Mais íamos também por Realengo ou Senador Camará.

    Portanto, acrescento ao texto principal os seguintes bairros que fazem parte da base da do Pico Pedra Branca: BANGU, SENADORA CAMARÁ E REALENGO.


  2. Carlos diz:

    AI GALERA PROCURE NO FACE FAMILIA GTO GRUPAMENTO SE TRILHAS OPERACIONAIS.ELES FAZEM TRILHAS NA PEDRA DO PONTO PEDRA BRANCA TELEGRAFO INCLUSIVE PERNOITE.MUITO SHOW.O VALOR QUASE DE GRACA E TAMBEM NO FACE AZO TUR COM IVO E CARLIS ALBERTO. NAO PERCAM.


  3. Vanessa Castle diz:

    Olá gostaria de saber algum contato que eu possa me informar melhor?


  4. raphael diz:

    sou escalador e tenho interesse de conhecer todo pepb e suas vias


  5. Josue diz:

    Gostaria de saber se ainda existe o o para o Maciço da Pedra branca por Campo Grande e adjacências e como fazer para chegar até elas.


    1. Welinton diz:

      Se descobrir me fala josue por favor tambem moro em campo grande sou praticante de mountain bick.


  6. Deborah diz:

    Alexandre, pode me colocar na lista das companhias ? [email protected] 🙂 Tô dentro!


  7. brunorsviana diz:

    Link para o manual quebrado


  8. Olá galera sou guia( FEMERJ) e ja fiz todas as trilhas do PEPB se alguem tiver intertesse pode me ar pelo face EcotrilhasAdventureCG e podemos marcar geralmente cobro R$30,00 por pessoa, ABRAÇOS.


  9. CARLOS diz:

    OLÁ GALERA. PROCURO ALGUM GRUPO PRA ESCALAR A PEDRA DO PONTO.FAZ TRÊS ANOS QUE ESTIVE LÁ.É UM EIO MARAVILHOSO.SE HOUVER PEÇO ENTRAR EM CONTATO. UM ABRAÇO AO BLOG E TODOS….


    1. raphael diz:

      sou escalador e tenho interesse de conhecer todo pepb e suas vias