Desde o Congresso Mundial de Parques que a União Mundial para a Conservação da Natureza realizou em Caracas em 1992 é mundialmente aceito que, para manter um ecossitema saudável, é necessário proteger pelo menos 10% de sua área. Ora, se os cientistas nos asseguram que restam no Brasil apenas cerca de 7% da superfície original da Mata Atlântica, então é imperioso proteger a totalidade do que sobrou! Nesse sentido, o INEA-Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro tem feito sua parte. Desde o início do Governo Sérgio Cabral têm sido constantes as notícias de criação de novas Unidades de Conservação em terras fluminenses e o Estado já conta com 9,84 % de seu território sob alguma forma de proteção legal.
Nesse sentido, a recente notícia da criação do Parque Estadual da Costa do Sol é auspiciosa. A nova UC vai proteger sobretudo Mata Atlântica e áreas de vegetação de restinga, um dos ecossistemas mais ameaçados do Brasil. Serão 5.500 hectares divididos em 27 áreas diferentes e desconectadas entre si. Não é o ideal, mas é o possível. O imperioso agora é salvar esses nacos de terra que ainda não sucumbiram à especulação e ainda conservam em relativamente bom estado várias amostras de espécies nativas. A ideia é istrar o futuro Parque em consórcio com as prefeituras de Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Cabo Frio, por onde o Parque se espraia. Não deve ser difícil. Grande parte dos terrenos destinados aos Parques já estava designada como área de proteção ambiental nas respectivas legislações municipais. Além disso, as autoridades envolvidas já têm experiência de trabalho conjunto e coordenado nos programas de gestão das águas da Lagoa de Araruama, em cujas margens, por sinal, estão diversas parcelas do novo Parque.
Problemas não faltam. A casuarina australiana, plantada como espécie ornamental na região de Praia Seca, saiu de controle e tornou-se uma espécie invasora; gatos ferais também são figurinhas fáceis e enchem o panduro com pássaros nativos; os principais pontos de banho na lagoa não vêem fiscalização ou manejo há décadas e estão cheios de lixo; o aumento das casas de veraneio e serviços turísticos associados na Restinga da Massambaba também pressiona os limites da área protegida. A solução, contudo, já está saindo do papel. Aplaudimos e agora esperamos ansiosos e otimistas por sua implantação efetiva.
PS: Quem sabe o Governo Estadual não pega carona na própria idéia e, até 2016, dá de presente ao Rio o Parque mais completo do Brasil. Se juntássemos em uma mesma Unidade de Conservação o Parque Nacional da Floresta da Tijuca, o Parque Estadual da Pedra Branca, a Reserva Biológica de Guaratiba, a Restinga da Marambaia, o (futuro) monumento Natural das Cagarras, os Parque Naturais Municipais da Prainha e do Pão de Açúcar e uma série de UCs pequenas como Parque Estadual do Grajaú, a Reserva da FEEMA na Vista Chinesa e o Parque da Cidade, teríamos um Parque viável do ponto de vista de suas funções ecológicas, com cerca de 25 mil hectares. Seria também um exemplo para o Brasil e para o mundo, podendo se credenciar como sede de uma futura academia de formação de guardas-parques, que poderia aproveitar os professores da UFRJ, Jardim Botânico, Embrapa, UFRRJ, UERJ, Corpo de Bombeiros entre outras instituições de renome com sede no Rio de Janeiro. Ademais seria um Parque completo do ponto de vista ambiental, pois abrangeria Mata Atlântica, mata de baixada, ilhas, águas submarinas e vegetação de restinga . Por fim, se bem istradas, as fontes de recursos das bilheterias do Pão de Açúcar e do Corocvado devem ser mais que suficientes para tornar o Parque auto-sustentável. Será que o Rio Olímpico merece esse presente?
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